domingo, 28 de agosto de 2011

DIA 29/08 É DIA DO "MARTÍRIO DE SÃO JOÃO BATISTA"

Martírio de São João Batista

Com satisfação lembramos a santidade de São João Batista que, pela sua vida e missão, foi consagrado por Jesus como o último e maior dos profetas: "Em verdade eu vos digo, dentre os que nasceram de mulher, não surgiu ninguém maior que João, o Batista...De fato , todos os profetas, bem como a lei, profetizaram até João. Se quiserdes compreender-me, ele é o Elias que deve voltar." (Mt 11,11-14)

Filho de Zacarias e Isabel, João era primo de Jesus Cristo, a quem "precedeu" como um mensageiro de vida austera, segundo as regras dos nazarenos.

São João Batista, de altas virtudes e rigorosas penitências, anunciou o advento do Cristo e ao denunciar os vícios e injustiças deixou Deus conduzí-lo ao cumprimento da profecia do Anjo a seu respeito: "Pois ele será grande perante o Senhor; não beberá nem vinho, nem bebida fermentada, e será repleto do Espírito Santo desde o seio de sua mãe. Ele reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus: e ele mesmo caminhará à sua frente..." ( Lc 1, 15)

São João Batista desejava que todos estivessem prontos para acolher o Mais Forte por isso, impelido pela missão profética, denunciou o pecado do governador da Galileia: Herodes, que escandalosamente tinha raptado Herodíades - sua cunhada - e com ela vivia como esposo. 

Preso por Herodes Antipas em Maqueronte, na margem oriental do Mar Morto, aconteceu que a filha de Herodíades (Salomé) encantou o rei e recebeu o direito de pedir o que desejasse, sendo assim, proporcionou o martírio do santo, pois realizou a vontade de sua vingativa mãe: "Quero que me dês imediatamente num prato, a cabeça de João, o Batista" (Mc 6,25)

Desta forma, através do martírio, o Santo Precursor deu sua vida e recebeu em recompensa a Vida Eterna reservada àqueles que vivem com amor e fidelidade os mandamentos de Deus.

São João Batista, rogai por nós!

DIA 28/08 É DIA DE "SANTO AGOSTINHO"

Agostinho de Hipona 

Santo Agostinho de Hipona 
Santo Agostinho de Hipona 
Bispo de Hipona, Padre latino e
Doutor da Igreja (Doctor Gratiae) 
Nascimento 13 de novembro de 354 em Tagaste, Argélia
Morte 28 de agosto de 430 em Hipona, Argélia 
Veneração por Igreja Católica Romana, Ortodoxa e Anglicana 
Principal templo San Pietro in Ciel d'Oro, Pávia, Itália
Festa litúrgica 28 de agosto no Ocidente
15 de junho no Oriente 
Atribuições criança, pomba, pena (de escrever), concha, coração trespassado 
Padroeiro: teólogos, agostinianos, cervejeiros e impressores. 
Polêmicas contra o maniqueísmo, o donatismo, o arianismo etc. 

Aurélio Agostinho (em latim: Aurelius Augustinus), dito de Hipona, conhecido como Santo Agostinho(Tagaste, 13 de novembro de 354 - Hipona, 28 de agosto de 430), foi um bispo, escritor, teólogo, filósofo e é um Padre latino e Doutor da Igreja Católica. 

Agostinho é uma das figuras mais importantes no desenvolvimento do cristianismo no Ocidente. Em seus primeiros anos, Agostinho foi fortemente influenciado pelo maniqueísmo e pelo neoplatonismo de Plotino,mas depois de tornar-se cristão (387), ele desenvolveu a sua própria abordagem sobre filosofia e teologia e uma variedade de métodos e perspectivas diferentes. Ele aprofundou o conceito de pecado original dos padres anteriores e, quando o Império Romano do Ocidente começou a se desintegrar, desenvolveu o conceito de Igreja como a cidade espiritual de Deus (em um livro de mesmo nome), distinta da cidade material do homem. Seu pensamento influenciou profundamente a visão do homem medieval. A Igreja se identificou com o conceito de "Cidade de Deus" de Agostinho, e também a comunidade que era devota de Deus.

Na Igreja Católica, e na Igreja Anglicana, é considerado um santo, e um importante Doutor da Igreja, e o patrono da ordem religiosa agostinha. Muitos protestantes, especialmente calvinistas, o consideram como um dos pais teólogos da Reforma Protestante ensinando a salvação e a graça divina. 

Na Igreja Ortodoxa Oriental ele é louvado, e seu dia festivo é celebrado em 15 de junho, apesar de uma minoria ser da opinião que ele é um herege, principalmente por causa de suas mensagens sobre o que se tornou conhecido como a cláusula filioque Entre os ortodoxos é chamado de "Agostinho Abençoado", ou "Santo Agostinho o Abençoado".

Biografia 

Agostinho nasceu na cidade de Tagaste, província de Souk Ahras, na época uma província romana no norte de África, na atual Argélia, filho de pai pagão, chamado Patrício e mãe católica, Mônica. Foi educado no norte de África e resistiu aos ensinamentos de sua mãe para se tornar cristão.

Agostinho, em um afresco de Sandro Botticelli

Agostinho era de ascendência berbere. Com onze anos de idade, foi enviado para a escola em Madaura, uma pequena cidade da Numídia. Lá ele tornou-se familiarizado com a literatura latina, bem como práticas e crenças do paganismo. Em 369 e 370, ele permaneceu em casa. 

Durante esse período ele leu o diálogo Hortensius de Cícero (hoje perdido), que deixou uma impressão duradoura sobre ele e despertou-lhe o interesse pela filosofia e passou a ser um seguidor do maniqueísmo. 

Com dezessete anos, graças à generosidade de um concidadão, chamado Romaniano, o pai de Agostinho pode enviá-lo para Cartago para continuar sua educação na retórica. Vivendo como um pagão intelectual, ele tomou uma concubina; numa tenra idade, ele desenvolveu uma relação estável com uma mulher jovem em Cartago, com a qual teve um filho, Adeodato. 

Durante os anos 373 e 374, Agostinho ensinou gramática em Tagaste. No ano seguinte, mudou-se para Cartago a fim de ocupar o cargo de professor da cadeira municipal de retórica, e permanecerá lá durante os próximos nove anos

Desiludido pelo comportamento indisciplinado dos alunos em Cartago, em 383, mudou-se para estabelecer uma escola em Roma, onde ele acreditava que os melhores e mais brilhantes retóricos ensinaram. No entanto, Agostinho ficou desapontado com as escolas romanas, que ele encontrou apática. Quando chegou o momento para os seus alunos para pagar os seus honorários eles simplesmente fugiram. 

Amigos maniqueístas apresentaram-lhe o prefeito da cidade de Roma, Symmachus, que tinha sido solicitado a fornecer um professor de retórica imperial para o tribunal provincial em Milão. Agostinho ganhou o emprego e ocupou o cargo no final de 384.
Cristão 

Agostinho recebe o batismo das mãos de Ambrósio

Enquanto ele estava em Milão, Agostinho mudou de vida. Ainda em Cartago, começou a abandonar o maniqueísmo, em parte devido a um decepcionante encontro com um chefe expoente da teologia maniqueísta, Fausto.

Em Roma, ele relata ter completamente se afastado do maniqueísmo, e abraçou o movimento cético da Academia Neoplatónica. Sua mãe insistia para que ele se tornasse cristão e também seus próprios estudos sobre o neoplatonismo também foram levando-o neste sentido, e seu amigo Simplicianus instou-o dessa forma também. Mas foi a oratória do bispo de Milão, Ambrósio, que teve mais influência sobre a conversão de Agostinho. 

A mãe de Agostinho havia-o seguido para Milão e insistiu para que abandonasse a relação com a mulher com quem vivia ilegalmente e procurasse outra para casar, conforme as leis do mundo e a doutrina cristã. A amada foi mandada de volta para a África e Agostinho deveria esperar dois anos para contrair casamento legal; mas logo ligou-se a uma concubina.

No verão de 386, após ter lido um relato da vida de António do Deserto, de Atanásio de Alexandria, que muito inspirou-lhe, Agostinho sofreu uma profunda crise pessoal. Decidiu se converter ao cristianismo católico, abandonar a sua carreira na retórica, encerrar sua posição no ensino em Milão, desistir de qualquer ideia de casamento, e dedicar-se inteiramente a servir a Deus e às práticas do sacerdócio. 

A chave para esta transformação foi à voz de uma criança invisível, que ouviu enquanto estava em seu jardim em Milão, que cantava repetidamente, "Tolle, lege"; "tolle, lege" ("toma e lê"; "toma e ler"). Ele tomou o texto da epístola de Paulo aos romanos, e abriu ao acaso em 13:13-14, onde lê-se: "Não caminheis em glutonerias e embriaguez, nem em desonestidades e dissoluções, nem em contendas e rixas, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis a satisfação da carne com seus apetites".

Ele narra em detalhes sua jornada espiritual em sua famosa Confissões (Confessions), que se tornou um clássico tanto da teologia cristã quanto da literatura mundial. Ambrósio batizou Agostinho, juntamente com seu filho, Adeodato, na vigília da Páscoa, em 387, em Milão, e logo depois, em 388 ele retornou à África. Em seu caminho de volta à África sua mãe morreu, e logo após também seu filho, deixando-o sozinho, sem família. 
 Bispo 

Após o regresso ao Norte da África, vendeu seu patrimônio e deu o dinheiro aos pobres. A única coisa com que ele ficou foi a casa da família, que se converteu em uma fundação monástica para si e um grupo de amigos. 

Em 391, ele foi ordenado sacerdote em Hipona (atual Annaba, na Argélia). Em 396, foi eleito bispo coadjutor de Hipona (auxiliar, com o direito de sucessão depois da morte do bispo corrente) e pouco depois bispo principal. Ele permaneceu nessa posição em Hipona até sua morte em 430.

Ele deixou o seu mosteiro, mas continuou a levar uma vida monástica na residência episcopal. Ele deixou uma regra (latim, regulamentos) para seu mosteiro que o levou ser designado o "santo padroeiro do clero regular", isto é, sacerdotes que vivem por uma regra monástica. 

Tumba de Agostinho na Basílica de São Pedro em céu de ouro em Pávia. 

Sua vida foi registrada pela primeira vez por seu amigo São Possídio, bispo de Calama, no seu Sancti Augustini vita. Descreveu-o como homem de poderoso intelecto e um enérgico orador, que em muitas oportunidades defendeu a fé católica contra todos seus inimigos.

Possídio também descreveu traços pessoais de Agostinho com detalhe, desenhando um retrato de um homem que comia com parcimónia, trabalhou incansavelmente, desprezando fofocas, rejeitando as tentações da carne, e que exerceu a prudência na gestão financeira conforme sua posição e autoridade de bispo. 

Sua vida não é tranquila: missa diária, prega até duas vezes ao dia, dá catequese, administra bens temporais, resolve questões de justiça (cerca, muro, dívidas, brigas de família…), atende aos pobres e órfãos, etc.

Pouco antes da morte de Agostinho, a África romana foi invadida pelos vândalos, uma tribo guerreira que estava aderindo ao arianismo. Pouco depois de Hipona ser cercada pelos bárbaros Agostinho adoeceu; Possídio relata que ele gastou seus últimos dias em oração e penitência, pedindo para que os salmos penitenciais de Davi fossem pendurados em sua parede para que ele pudesse ler. Pouco tempo após sua morte, os vândalos levantaram o cerco de Hipona, mas não muito tempo depois eles voltaram e queimaram a cidade. Eles destruíram tudo, mas a catedral de Agostinho e a biblioteca ficaram inalteradas. 

Agostinho foi canonizado por reconhecimento popular e reconhecido como um Doutor da Igreja. Na Igreja Católica, o seu dia é 28 de agosto, o dia no qual ele supostamente morreu. Ele é considerado o santo padroeiro dos cervejeiros, impressores, teólogos e de um grande número de cidades e dioceses. Para os protestantes ou evangélicos, Agostinho é referencial na história eclesiástica, pois foi um valoroso líder da Igreja primitiva e deixou suas marcas como verdadeiro discípulo de Cristo. 
Obras 

Agostinho foi um autor prolífico em muitos géneros — tratados filosóficos, teológicos, comentários de escritos da Bíblia, além de sermões e cartas.

Dele restaram algumas centenas de cartas (Epistulae) e de sermões (Sermones) considerados autênticos. Além disso, deixou 113 obras escritas.

Agostinho é chamado de o Doutor da Graça, por sua compreensão sobre o tema. 
Textos autobiográficos: 

As suas Confissões (Confesiones), escritas entre os anos 397-398, são geralmente consideradas como a primeira autobiografia. Agostinho descreve sua vida desde sua concepção até à sua então relação com Deus, e termina com um longo discurso sobre o livro do Génesis, no qual ele demonstra como interpretar a Bíblia. A consciência psicológica e auto-revelação da obra ainda impressionam leitores. 

Mesmo sendo uma autobiografia, as Confissões não deixam de ter a marca filosófica de Agostinho. No Livro X, Agostinho escreve sobre a memória e suas atribuições. Já no Livro XI, Agostinho fala sobre a Criação, sobre o Tempo e da noção psicológica que se tem deste. 

No fim da sua vida, Agostinho revisitou os seus trabalhos anteriores por ordem cronológica e sugeriu que teria falado de forma diferente numa obra intitulada Retratações, que nos daria uma imagem considerável do desenvolvimento de um escritor e os seus pensamentos finais. 
Filosóficos: 

Diálogos: Solilóquios (Soliloquiorum libri duo), Sobre o Mestre (De Magistro, trata da educação neste diálogo), Sobre o livre arbítrio (De Libero Arbitrio, trata sobre o mal e sobre as escolhas) 

Contra os acadêmicos (Contra academicos, em que combate o cepticismo). 

O Livro das disciplinas (Disciplinarum libri é uma vasta enciclopédia com o fim de mostrar como se pode e se deve ascender a Deus a partir das coisas materiais. Não está acabada). 
Apologéticos: Da verdadeira religião (De vera religione), etc. 

A Cidade de Deus (iniciada c. de 413, terminada em 426, uma de suas obras capitais, nela nos oferece uma síntese de seu pensamento filosófico, teológico e político). O De civitate Dei libri XXII. 
Dogmáticos: 

Entre 399-422, escreveu A Trindade, uma das principais obras que apoia a crença na Santíssima Trindade de Deus. O De Trinitate libri XV. 

Sobre a imortalidade da alma (De inmortalitate animae) 

Sobre a potencialidade da alma (De quantitate animae) 

Enquirídio (Enchiridion, ad Laurentium ou De fide, spe et caritate liber I, é um manual de teologia segundo o esquema das três virtudes teológicas. Contém uma explicação do Credo, da oração do Padre Nosso e dos preceitos morais da Igreja Católica). 

Da fé e do credo livro I (De fide et símbolo liber I), etc. 
Morais e pastorais: 

Contra mendacium, Da catequese dos não instruídos livro I (De catechizandis rudibus liber I), Da continência livro I (De continentia liber I), Da paciência livro I (De patientia liber I), etc. 
Monásticos: 

Regula ad servos — a mais antiga das regras monásticas do Ocidente. 
Exegéticos: 

A Bíblia teve um papel decisivo para Agostinho. Pode-se destacar: 

Da doutrina cristã livro IV (De doctrina christiana libri IV (é uma síntese dogmática que servirá de modelo para as Sententiae os pensadores da Idade Média), De Genesi ad litteram libri XII, Da harmonia dos evangelhistas livro IV (De consensu Evangelistarum libri IV (foram escritos em resposta aos que acusavam os evangelistas de contradizer-se e de haver atribuído falsamente a Cristo a divinidade), etc. 
Tratados: 

Tratados sobre o evangelho de João (In Iohannis evangelium tractatus), As enarrações, ou exposições, dos Salmos (Enarrationes in Psalmos), etc. 
Polémicos: 

Muitas de suas obras tem caráter polêmico por causa dos conflitos que ele enfrentou. Isso levou São Posídio a classificá-las conforme os adversários combatidos: pagãos, astrológos, judeus, maniqueus, priscilianistas, donatistas, pelagianos, arianos e apolinaristas.

De natura boni liber I, Psalmus contra partem Donati, De peccatorum meritis et remissione et de baptismo parvolorum ad Marcellium libri III (de 412, primeira teología bíblica da redencão, do pecado original e da necessidade do batismo), De gratia et libero arbitrio liber I (de 426, em que demonstra a necessidade da graça, da existência do livre arbitrío), De haeresibus, etc. 
 Pensamento 

Em seu livro Sobre o livre arbítrio (em latim: De libero arbitrio) Agostinho tenta provar de forma filosófica que Deus não é o criador do mal. Pois, para ele, tornava-se inconcebível o fato de que um ser tão bom, pudesse ter criado o mal.

A concepção que Agostinho tem do mal, esta baseada na teoria platônica, assim o mal não é um ser, mas sim a ausência de um outro ser, o bem. O mal é aquilo que "sobraria" quando não existe mais a presença do bem. Deus seria a completa personificação deste bem, portanto não poderia ter criado o mal. 

No diálogo com seu amigo Evódio, Agostinho tenta explicar-lhe que a origem do mal está no livre-arbítrio concedido por Deus. Deus em sua perfeição, quis criar um ser que pudesse ser autônomo e assim escolher o bem de forma voluntária. O homem, então, é o único ser que possuiria as faculdades da vontade, da liberdade e do conhecimento. Por esta forma ele é capaz de entender os sentidos existentes em si mesmo e na natureza. Ele é um ser capacitado a escolher entre algo bom (proveniente da vontade de Deus) e algo mau (a prevalência da vontade das paixões humanas).

Entretanto, por ter em si mesmo a carga do pecado original de Adão e Eva, estaria constantemente tendenciado a escolher praticar uma ação que satisfizesse suas paixões (a ausência de Deus em sua vida). Deus, portanto, não é o autor do mal, mas é autor do livre-arbítrio, que concede aos homens a liberdade de exercer o mal, ou melhor, de não praticar o bem. Tempo e Criação 

No Livro XI das Confissões (em latim: Confessiones) Agostinho põe-se a cargo de versar acerca da criação do mundo por meio do Verbo, que podemos entender como "palavra criadora". Com efeito, o filósofo compreende que o mundo só poderia ter duas origens 1) do nada (em latim: ex-nihilo) e 2) a partir de parte da sua substância. No entanto, a última suposição é falsa pois teria de se admitir um Deus imutável, algo não condizente com o pensamento do Doutor Africano. 

A fim de responder a asserção: “Do que faria Deus antes de criar o mundo?”o filósofo tece sua crítica aos maniqueus e expõe seu pensamento a respeito do tempo e da criação. A evidente resposta do Santo Doutor à tal pergunta é a de que Deus não estaria fazer nada, pois não havia tempo antes deste ter sido criado por Deus, ficando expresso que o tempo nada mais é do que uma criatura assim como o mundo e todas as coisas. Para o pensador, o tempo e o universo foram criado em conjuto, e Deus estaria fora deste contexto pois ele é eterno e a eternidade não entra no tempo. 

Para o filósofo do medievo, o tempo não tem existência per se e só pode ser apreendido por nossa alma por meio de uma atividade chamada de "distensão da alma" (em latim: distentio animi). A distensão da alma, grosso modo, nada mais é do que a compreensão dos três tempos; pretérito, presente e futuro na alma, de modo que seja possível lembrar do passado, viver o presente e prever o futuro. Agostinho afirma que a alma é quem pode medir o tempo e essa "medição" atesta a existência do tempo apenas em caráter psicológico. 
Influência como pensador e teólogo 

Santo Agostinho. 

Na história do pensamento ocidental, sendo muito influenciado pelo platonismo e neoplatonismo, particularmente por Plotino, Agostinho foi importante para o "baptismo" do pensamento grego e a sua entrada na tradição cristã e, posteriormente, na tradição intelectual europeia. Também importantes foram os seus adiantados e influentes escritos sobre a vontade humana, um tópico central na ética, que se tornaram um foco para filósofos posteriores, como Arthur Schopenhauer e Friedrich Nietzsche, mas ainda encontrando eco na obra de Albert Camus e Hannah Arendt (ambos os filósofos escreveram teses sobre Agostinho). 

É largamente devido à influência de Agostinho que o cristianismo ocidental concorda com a doutrina do pecado original. Os teólogos católicos geralmente concordam com a crença de Agostinho de que Deus existe fora do tempo e no "presente eterno"; o tempo só existe dentro do universo criado. 

O pensamento de Agostinho foi também basilar na orientação da visão do homem medieval sobre a relação entre a fé cristã e o estudo da natureza. Ele reconhecia a importância do conhecimento, mas entendia que a fé em Cristo vinha restaurar a condição decaída da razão humana, sendo portanto mais importante. Agostinho afirmava que a interpretação da Bíblia deveria ser feita de acordo com os conhecimentos disponíveis, em cada época, sobre o mundo natural. Escritos como sua interpretação do livro bíblico do Gênesis, como o que chamaríamos hoje de um "texto alegórico", iriam influenciar fortemente a Igreja medieval, que teria uma visão mais interpretativa e menos literal dos textos sagrados. 

Tomás de Aquino tomou muito de Agostinho para criar sua própria síntese do pensamento filosófico grego e do cristão. Dois teólogos posteriores que admitiram influência especial de Agostinho foram João Calvino e Cornelius Otto Jansenius.

DIA 27/08 É DIA DE "SANTA MONICA"

Mônica de Hipona 

Santa Mônica de Hipona 
Santa Mônica e Santo Agostinho
Modelo de Mãe e Esposa 
Nascimento ?331 em ? 
Morte ?387 em ? 
Veneração por Igreja Católica
Festa litúrgica 27 de agosto. 
Padroeira Dos pais que convertem os filhos. 
Santa Mônica de Hipona (331 – 387) é uma considerada santa cristã e mãe de santo Agostinho de Hipona. A sua festa se realiza em 27 de agosto. 
Esta santa alegadamente nasceu em 331 d.C., mas há controvérsias acerca dessa data. Foi, segundo as tradições católicas, criada por uma dada, ou seja, uma escrava que cuidava dos filhos dos senhores, dessa senhora recebeu "educação e rígidos ensinamentos religiosos". 
Casou-se, conforme a lenda, aos dezessete ou dezoito anos com Patrício, o casal ocupava razoável posição social, mas apesar disso Mônica não era feliz no casamento pois sofria com a infidelidade do marido, por isso começa a atingir o ideal cristão de boa esposa e mãe, já que nunca criou discórdia por esse motivo. 
Foi mãe de Santo Agostinho, sendo ela, segundo o também Doutor da Igreja, o seu alicerce espiritual que o conduziu em direção à suposta "fé verdadeira", já que o converteu por insistência ao Cristianismo. Ele julgava ser a mãe a "intermediária" entre ele e Deus. Durante a adolescência de Agostinho até ao seu batismo, Mônica vivia entre lágrimas, lamentando a vida de alegadas "heresias" do filho, e orava fervorosamente para que ele encontrasse a verdadeira "fé". 
Agostinho atribuiu a um sonho de sua mãe o passo definitivo para sua conversão e a "confirmação" de sua vocação religiosa, desse modo Mônica se torna responsável pelo destino cristão do filho. A partir disso o filho vê a mãe de forma santificadora, mas reconhece o fardo feminino que ela carrega, já que nos primórdios da Igreja Católica, a mulher era vista entre dois extremos, o da exaltação e da condenação, devido à face maniqueísta desta religião. A parte "boa" do sexo feminino era representada por Maria e a parte "ruim", que se entrega à tentação, representada por Eva. Foi dessa forma que Mônica foi vista por seu filho e pela Igreja Católica. 
Morreu aos 56 anos, no ano de 387, mesmo ano da conversão de seu filho. Seu corpo foi "descoberto" em 1430 e transferido para Roma onde mais tarde uma igreja lhe foi dedicada. Mônica foi canonizada não por ter operado milagres ou por ser mártir, mas sim por ter sido, alegadamente, a "responsável pela conversão de seu filho" mostrando empenho em ensinar condutas cristãs como moral, pudor e mansidão, mostrando a intervenção feminina no interior da família, pois foi o meio, através da oração, que contribuiu para a vida religiosa do filho. 
Os marinheiros que acompanhavam Agostinho em suas viagens mediterrâneas se confortavam orando à Mônica, pedindo a chegada a salvo.

DIA 26/08 É DIA DE "SÃO ZEFERINO"PAPA

Papa Zeferino 
 
São Zeferino
15º papa

Nascimento Roma, Itália
160
Eleição 199
Fim do pontificado 217
Antecessor Vítor I
Sucessor Calisto I
Listas dos papas: cronológica · alfabética

Zeferino (em latim, Zephyrinus) foi o primeiro Papa do século III e décimo quinto da Igreja, sucedendo a Vítor I. 

Natural de Roma, foi eleito em 199. O seu pontificado se caracterizou por duras lutas teológicas que levaram, por exemplo à excomunhão de Tertuliano. Seu crítico, São Hipólito, o descreveu como um homem simples, sem educação e dominado pelo seu assessor, Calisto. 


Zeferino foi o primeiro Pontífice que desejou criar uma catacumba na Via Ápia, cujos cuidados foram por ele confiados ao diácono Calisto (e, por isso, chamada de catacumba de Calisto). 

Zeferino estabeleceu que os fiéis católicos, depois dos 14 anos, comungassem, pelo menos na ocasião da Festa da Páscoa. Determinou o uso da patena e dos cálices sagrados, até então confeccionados em madeira, que deveriam ser feitos ao menos de vidro. 

Foi martirizado em 20 de dezembro de 217, sendo venerado como santo no dia 26 de agosto. 

A festa de "São Zeferino, Papa e Mártir acontecia todo dia 26 de Agosto, mas desde 1970, é celebrado no dia 20 de Agosto, dia de sua morte.

DIA 25/08 É DIA DE "SÃO LUÍS IX DA FRANÇA" E "SÃO JOSÉ DE CALASANZ"

Luís IX de França 

Luís IX 
Rei de França 
Representação de Luís IX na
Biblioteca Nacional de França 
Reinado 8 de Novembro de 1226 a
25 de Agosto de 1270
(sob regência até 1234) 
Coroação 29 de Novembro de 1226
Catedral de Reims 
Títulos Conde de Artois (1226-1237) 
Nascimento 25 de Abril de 1214 
Poissy, França 
Morte 25 de Agosto de 1270 
Tunis, Norte de África 
Sepultamento Basílica de Saint-Denis, França (corpo)
Abadia de Monreale, Sicília, Itália (entranhas)
Túmulo de São Luís, Tunísia (entranhas) 
Antecessor Luís VIII 
Sucessor Filipe III 
Consorte Margarida da Provença 
Filhos Branca de França
Isabel de França
Luís de França
Filipe III de França
João de França
João Tristão
Pedro de Alençon e Perche
Branca de França
Margarida da França
Roberto de França
Inês de França 
Dinastia Capetiana 
Pai Luís VIII de França 
Mãe Branca de Castela 

São Luís de França 
São Luís pintado por El Greco, Museu do Louvre 
Rei de França, Confessor 
Nascimento 25 de Abril de 1214 em Poissy, França 
Morte 25 de Agosto de 1270 em Tunis, Norte de África 
Veneração por Igreja Católica 
Canonização 1297 por: Bonifácio VIII 
Festa litúrgica 25 de Agosto 
Atribuições Representado como rei de França, geralmente com uma coroa, segurando um ceptro com uma flor-de-lis na extremidade, possivelmente com roupas azuis e um padrão de flores-de-lis brancas (brasão de armas da coroa francesa) 
Padroeiro: França, monarquia francesa, cabeleireiros, rendeiros 

Luís IX de França ou São Luís de França (Poissy, França, 25 de Abril de 1214 - Tunis, Norte de África, 25 de Agosto de 1270) foi rei de França de 1226 até à sua morte, o nono da chamada dinastia dos capetianos directos, e também conde de Artois de 1226 a 1237. 

No seu reinado a França viveu um excepcional momento político, económico, militar e cultural, conhecido como o "o século de ouro de São Luís". Houve um grande desenvolvimento da justiça real, passando o monarca a representar o juiz supremo. 

Participou também da Sétima Cruzada e da Oitava Cruzada, tendo morrido no decurso desta última, o que influenciou em grande medida a sua posterior canonização no reinado do seu neto Filipe o Belo. 

Infância 

São Luís nasceu no castelo de Poissy, a 30 quilómetros de Paris, a 25 de Abril de 1214 ou 1215, dia de procissões solenes do dia de São Marcos. Na mesma época Filipe Augusto venceu a célebre batalha de Bouvines, contra uma aliança do Sacro-Imperador Otão IV da Germânia, João I da Inglaterra e nobres da Flandres. 

Tradicionalmente, depois de Filipe I de França, os reis capetianos baptizavam os seus primogénitos com o prenome do avô. Luís IX foi o quinto filho de Luís VIII de França e Branca de Castela, sendo o seu irmão Filipe o herdeiro da coroa até à morte deste em 1218. 

A sua infância terá sido influenciada pela figura do seu pai que, unindo o zelo pela religião à bravura marcial que lhe valeu o cognome de o Leão, subjugou os cátaros do sul da França. Particularmente zelosos da sua educação, os pais de Luís IX deram-lhe bons preceptores: Mateus II de Montmorency, Guilherme des Barres, conde de Rochefort, e Clemente de Metz, marechal da França, inspiraram-lhe os sentimentos de um rei cristianíssimo e filho da Igreja. 

Da mesma forma, mais tarde Luís interessar-se-ia pela educação, particularmente a religiosa, dos seus filhos. Ensinar-lhes-ia orações, a necessidade de assistir à missa e de fazer penitência. Conta-se também por exemplo que às sextas-feiras não permitia que usassem qualquer ornamento na cabeça, por ter sido o dia da coroação de espinhos de Jesus Cristo. 
Reinado 
 Regência de Branca de Castela 

Com a morte do seu pai em 8 de Novembro de 1226, Luís IX subiu ao trono aos 12 anos de idade. Foi sagrado na catedral de Reims por Jacques de Bazoches, bispo de Soissons, em 30 de Novembro do mesmo ano. 

Sagração de Luís IX de França na catedral de Reims (iluminura do século XIII) 

Por testamento de Luís VIII, a mãe do jovem monarca assumiu a regência de França com o título de «baillistre», guardião da tutela do rei. Bartolomeu de Roy, o velho camareiro da corte havia vinte anos, era o mais influente conselheiro do reino, pelo que se disse na época que o poder passava assim «entre as mãos de uma criança, de uma mulher e de um velho».

De personalidade forte, Branca de Castela encarnava a glória de ser filha, sobrinha, esposa, irmã e tia de reis. Com efeito, o seu pai foi Afonso VIII de Castela, os reis da Inglaterra Ricardo Coração de Leão e João sem Terra eram seus tios, Luís VIII de França seu esposo, Henrique I de Castela e Berengária de Leão e Castela seus irmãos, Luís IX de França e Carlos I da Sicília e Nápoles seus filhos, Sancho II de Portugal e Afonso III de Portugal seus sobrinhos através da sua irmã Urraca e Fernando III de Leão e Castela também seu sobrinho através da sua irmã Berengária. 

Durante a minoridade de Luís IX, a rainha mãe enfrentou as ambições da Inglaterra e as pressões da nobreza do reino, que desejavam valer-se da pouca idade do soberano para retomar os direitos perdidos para os monarcas do último século. 

O reino entrou em um período conturbado, com a revolta organizada por Filipe Hurepel, tio do jovem rei e filho legitimado de Filipe Augusto, pela casa de Dreux e pelo duque Pedro Mauclerc da Bretanha. Depois de sufocar a rebelião, a regente concluíu a conquista do Languedoc iniciada pelo seu esposo ao comprometer o conde Raimundo VII de Toulouse, casando a filha deste, Joana, com o seu filho Afonso. Acabava assim a Cruzada dos Albigenses. 
Maioridade e casamento 

Delicado, louro e de olhos azuis, Luís atingiu a maioridade a 25 de Abril de 1234 mas continuou a manter a mãe numa posição de confiança e poder. Não há uma data precisa em que se defina a efectiva tomada do poder por Luís, os seus contemporâneos viram o seu reinado como um período de partilha do poder com Branca de Castela. No entanto, os historiadores costumam definir o ano da sua maioridade como aquele em que Luís passou a governar mais tradicionalmente como rei, relegando a mãe para um papel mais de conselheira, se bem que continuou a ser uma poderosa força política até à sua morte em 1252. 

Esta organizou o seu casamento, realizado no dia 27 de Maio de 1234, na catedral de Sens, pouco depois de o rei completar 20 anos. A esposa escolhida foi Margarida da Provença, a filha mais velha de Beatriz de Sabóia e do conde Raimundo Berengário IV da Provença e de Forcalquier, e irmã de Leonor, esposa de Henrique III da Inglaterra. 

Com esta união pretendia-se agregar este condado ao reino da França, uma vez que Raimundo Berengário IV não tinha um herdeiro varão. Dizia-se que a graça e a natureza haviam dotado a sua esposa de toda sorte de perfeições, e de facto foi bem sucedida em prover a dinastia capetiana com herdeiros. 
Política interna 

A partir de 1241 Luís IX parece tomar mais responsabilidades para si no governo do país. Fez do seu irmão Afonso conde de Poitiers a fim de obrigar a nobreza local a lhe prestar homenagem. A rebelião de Hugo X de Lusignan permitiu-lhe estabelecer a autoridade real em uma curta campanha, de 28 de Abril de 1242 a 7 de Abril de 1243, e o mesmo tempo aproveitou a situação de vantagem até Quercy (aproximadamente o actual departamento de Lot) para expulsar da lá o rei Henrique III de Inglaterra, que decidira romper a trégua de 1238. 

Moeda de prata de Tours, Gros tournois, de São Luís (c.1266) 

Resolveu antigas divergências com Jaime I de Aragão pelo Tratado de Corbeil, pelo qual o rei francês renunciava a hipotéticos e caducos direitos sobre Aragão, em troca da renúncia do monarca catalão-aragonês a direitos muito concretos sobre vastos territórios no sul da França. Para selar este tratado, Luís casou a sua filha Branca com o infante Fernando de La Cerda, príncipe herdeiro do reino de Castela, e Jaime I de Aragão casou a sua filha Isabel com o príncipe francês, o futuro rei Filipe III de França. 

Na administração do reino, Luís IX designou inspectores gerais, que eram considerados funcionários públicos, criou a comissão judicial da cúria e instituiu uma comissão de fazenda e de inspecção de contas. 

Proibiu aos juizes, oficiais e outros emissários seus enviados às províncias para ali exercerem justiça durante algum tempo, de adquirir bens e empregar os seus filhos. Nomeou, acima deles, juizes extraordinários para examinar a conduta dos primeiros e rever os seus julgamentos, funcionando como justiça de apelação. Para a pessoa do rei ficava reservado o papel de juiz supremo. 

Segundo os relatos da época, se entendia que os seus oficiais tivessem agido mal, impunha em primeiro lugar uma severa penitência a si mesmo, como culpado pelo excesso praticado pelos seus representantes, e em seguida ministrava-lhes severa punição, obrigando-os a restituir o que haviam tomado do povo, se fosse esse o caso, ou a reparar aqueles que haviam sido condenados injustamente. Pelo contrário, quando tomava conhecimento de que haviam cumprido dignamente os seus deveres, recompensava-os regiamente e os fazia ascender a funções mais honrosas. Foi também o primeiro rei a proibir duelos, anteriormente tolerados e por vezes ordenados a fim de se conhecer o direito das partes. 
Zelo religioso 

Este reinado foi um período de paz e prosperidade para a França, mas também de excepcionais zelo religioso e intolerância, com a intenção de conduzir o povo francês à salvação da alma. São Luís não negligenciava o cuidado dos pobres, proibiu o jogo e a prostituição e punia a blasfémia. As punições estipuladas eram tão rigorosas que o papa Clemente IV julgou ser necessário atenuá-las. 

Vitrais retratando a devoção de São Luís na Basílica de Sacré Cœur de Montmartre 

Outro dos traços em que a religiosidade deste monarca se manifestou foi na aquisição da coroa de espinhos e de um fragmento da cruz da crucificação de Jesus Cristo, em 1239-1241, a Balduíno II, imperador de Constantinopla, por 135.000 libras. Para estas relíquias mandou edificar a capela gótica de Sainte-Chapelle no coração de Paris, que curiosamente só custou 60.000 libras para construir. Sob este reinado foram também construídas as catedrais de Amiens, Rouen, Beauvais, Auxerre e Saint-Germain-en-Laye. 

A compra das relíquias deve ser entendida no contexto de extremo fervor religioso que existia na Europa do século XIII. A posse destas contribuíu muito para reforçar a posição central do rei da França na cristandade ocidental, bem como para aumentar a fama de Paris, na época a maior cidade da Europa ocidental. Na época em que as cidades e os govenantes competiam pela posse de relíquias sagradas, Luís IX conseguiu colocar algumas das mais ambicionadas na sua capital. É possível ver este acto não só como devoção, mas também uma declaração política: a monarquia francesa a tentar estabelecer o seu reino como a nova Jerusalém dos textos bíblicos. 

O monarca francês era zeloso da sua missão de "lugar-tenente de Deus na Terra", da qual fora investido na sua coroação em Reims. De forma a cumprir este dever organizaria duas cruzadas e, apesar de ambas terem fracassado, contribuíram para o seu prestígio. Os seus contemporâneos não teriam compreendido se um rei tão poderoso e piedoso não fosse libertar a Terra Santa. 

Para financiar a sua primeira cruzada, perseguiria a comunidade judaica. No século XIII era generalizada a aversão pelos judeus por serem considerados culpados pela morte de Jesus pelos cristãos. Tal como os seus antecessores, São Luís tomou medidas discriminatórias e persecutórias contra esta minoria, também com a intenção de a converter ao cristianismo: 

 Rouelle ou estrela amarela, o emblema obrigatório dos judeus implementado por São Luís na França e empregue pela última vez pelo governo de Vichy 
Ordenou a expulsão de todos os judeus envolvidos em actividades de usura e assim pôde confiscar as riquezas destes para financiar os seus projectos. No entanto não eliminou as dívidas dos cristãos: foi perdoado um terço da dívida, mas os outros dois terços deveriam ser enviados para o tesouro real. 
Em 1242, supostamente sob solicitação de judeus convertidos ao cristianismo, e que afirmavam que o Talmud continha invectivas contra Cristo e a Virgem Maria, ordenou a queima dos exemplares deste livro religioso em Paris . 
Em 1254 ordenou a expulsão dos judeus não convertidos da França, apropriando-se dos seus bens. No entanto, não terá sido feito um controlo muito eficaz para fazer cumprir esta medida, pelo que muitos permaneceram nos locais em que viviam. Alguns anos depois o rei anularia este decreto em troca de um pagamento, em prata, da comunidade judaica ao tesouro real. 
Em 1269, em aplicação de uma recomendação do Quarto Concílio de Latrão de 1215, impôs a obrigatoriedade de usarem sinais vestimentares distintivos. Para os homens a rouelle ou estrela amarela ao peito, e para as mulheres um chapéu especial. Estes sinais permitiam diferenciá-los do resto da população e ajudar a impedir os casamentos mistos. 

Para além da legislação contra os judeus e a usura, o rei alargou o alcance da Inquisição na França. A área mais visada foi o sul do país, onde a heresia cátara tinha sido mais forte. A quantidade de confiscos atingiu o ponto máximo nos anos anteriores à Sétima Cruzada, e diminuiu aquando do seu regresso à Europa em 1254. 

Em todos estes actos, Luís tentava cumprir o que se encarava ser o dever da França, chamada de "a filha mais velha da Igreja" (la fille aînée de l'Église), com uma tradição de protectora da Igreja desde os tempos dos francos e de Carlos Magno, que fora coroado pelo papa em Roma no ano de 800. De facto, para além dos títulos Rex Francorum (rei dos francos), ou Franciae Rex (rei da França), que Luís IX foi o primeiro a usar, os monarcas franceses também eram intitulados Rex Christianissimus (rei cristianíssimo). As relações entre a França e o papado atigiram o seu ponto máximo nos séculos XII e XIII, e a maioria das cruzadas foram proclamadas pelos papas em solo francês. 
Sétima cruzada 

Em 1244 Luís IX caiu gravemente enfermo de disenteria, a ponto de alguns terem como certa sua morte. Foram organizadas vigílias, procissões e outros actos religiosos pela sua convalescença, e o próprio monarca fez então um voto: caso sobrevivesse, partiria em cruzada para libertar o Santo Sepulcro. 

Pintura Luís IX de França por Emile Signol (1839, Palácio de Versailles) 

A organização da cruzada durou quatro anos, durantes os quais foi construído o porto de Aigues-Mortes, sob a iniciativa de Carlos de Anjou, irmão do rei. A cidade nunca chegaria a ser ressarcida do custo exorbitante da infraestutura requerida para este projecto e por isso levaria Carlos de Anjou perante a justiça. 

A 12 de Junho de 1248 Luís armou-se com a oriflamme, o estandarte de guerra capetiano, na basílica de Saint-Denis. Partiu então, acompanhado da rainha Margarida da Provença, e dos seus irmãos Carlos de Anjou e Roberto I de Artois. 

Dirigiu-se para Lião, onde se encontrou com o papa Inocêncio IV, de quem recebeu a benção apostólica, e em seguida para Aigues-Mortes, onde o aguardavam as embarcações que deveriam conduzir os cruzados ao Egipto. A 25 de Agosto de 1248, iniciou-se a Sétima Cruzada. 

As naus tocaram inicialmente a ilha de Chipre, onde o monarca se viu obrigado a permanecer durante o Inverno devido a uma peste que arrebatou uma sexta parte do seu exército. Estas perdas e a demora foram contudo de algum modo compensadas pela adesão de Henrique I de Lusignan, rei de Chipre, a quem São Luís conseguiu convencer a juntar-se à expedição. 

Os cruzados retomaram a expedição a 13 de Maio de 1249, à frente de uma formidável armada de 1800 embarcações, grandes e pequenas. Devido a tempestades, mais da metade destas desviou-se da rota pelo que, ao passar em revista as suas tropas, o rei encontrou apenas 700 cavaleiros, dos 2800 de que se compunha o seu exército. A cidade portuária de Damieta (actual Dimyat) foi a primeira a ser tomada, em 8 de Junho. 

O exército dirigiu-se então para Cairo mas sofreu ataques incessantes do emir Fakhr el-Din. De Fevereiro a Abril de 1250, os cruzados cercaram a cidadela de Al-Mansurah. O escorbuto e a disenteria dizimaram os soldados e forçaram o rei a bater em retirada. Um traidor lançou então o boato de que o monarca francês se rendera. A maior parte dos soldados rendeu-se e foi aprisionada, tal como Luís IX. Roberto I de Artois morrera no decurso das batalhas por esta cidade. 

 Iluminura do ataque dos cruzados a Damieta, no Egipto 

Durante o seu cativeiro, o rei encarregou Margarida da Provença de conduzir a cruzada. Neste período conta-se de os emires do Egipto o quererem eleger como sultão e do nascimento de um dos filhos em Damieta, durante a negociação com os seus algozes. Em Maio os cruzados foram libertados sob um avultado resgate pago pela Ordem do Templo. 

São Luís decidiu então prolongar a sua estadia no que restava dos estados latinos do Oriente. Reenviou os irmãos Afonso III de Poitiers e Carlos de Anjou para a França para apoiar a mãe Branca de Castela, só no governo do reino. De 1250 a 1253 consolidou as fortalezas de São João de Acre, Cesareia, Jaffa e Sídon e conduziu a diplomacia dos cristãos com os poderes islâmicos da Síria e do Egipto. 

Na Primavera de 1253, Luís IX tomou conhecimento do falecimento da rainha mãe regente, pelo que foi obrigado a voltar ao reino, deixando uma presença significativa de forças na cidade de Acre para a sua defesa contra ataques dos muçulmanos. Os cruzados embarcaram em Tiro a 25 de Abril (festa de São Marcos) de 1254 e chegaram à França a 19 de Julho do mesmo ano. Em 5 de Setembro encontrava-se no castelo de Vincennes e no dia seguinte entrava solenemente em Paris. O seu regresso foi acolhido com manifestações de afeição do papa Clemente IV e de Henrique III da Inglaterra. 
Relações com os Mongóis 

São Luís teve várias trocas epistolares com os governantes mongóis da época e organizou o envio de embaixadores junto a estes. Os contactos iniciaram-se em 1248, com enviados mongóis apresentando uma carta de Eljigidei, o goverador mongol da Arménia e da Pérsia, propondo uma aliança militar[5]: quando o rei francês desembarcou em Chipre em preparação para a Sétima Cruzada, encontrou-se em Nicosia com dois nestorianos de Mossul chamados David e Marco, enviados de Eljigidei. Estes comunicaram uma proposta de formar uma aliança contra os ajúbidas e o califado de Bagdade. 

Em resposta, Luís enviou André de Longjumeau, um padre dominicano, como emissário a Guyuk Khan na Mongólia. Mas Guyuk morreu antes da chegada deste à sua corte e a embaixada foi dispensada pela sua viúva, que lhes deu um presente e uma carta para o rei cruzado. 

Eljigidei planeava um ataque aos muçulmanos de Bagdade em 1248. Tencionava que esta ofensiva fosse realizada em aliança com Luís, juntamente com a Sétima Cruzada. Mas com a morte prematura do Khan, o governador adiou as operações até depois do interregno mongol, e o bem sucedido cerco de Bagdade só aconteceria em 1258. Em 1253, São Luís enviou o franciscano Guilherme de Rubruck para a corte mongol. Mongke Khan deu-lhe uma carta em 1254, pedindo a submissão do rei francês. 

A colaboração militar ocorreria em 1259-1260, quando os cavaleiros francos de Boemundo VI, príncipe de Antioquia, e os do seu sogro Hetoum I do Reino Arménio da Cilícia, se aliaram com os mongóis liderados por Hulagu Khan. Juntos conquistaram a Síria muçulmana, tomando a cidade de Alepo e depois Damasco. Os contactos entre as duas potências ainda se desenvolveriam no reinado de Filipe IV de França, levando a uma cooperação militar entre os europeus e os mongóis contra os mamelucos. 
Primus inter pares 

 A Apoteose de São Luís (Estátua equestre em St. Louis no Missouri, EUA por Charles Henry Niehaus) 

O século XIII ficou para a história da França como "o século de ouro de São Luís". A França, centro das artes e da vida intelectual graças, entre outras, à Sorbonne, atingia o seu apogeu também aos níveis económico e político. Luís IX comandou o maior exército e governou o mais poderoso reino da Europa. 

O mecenato que deu às artes impulsionou inovações na arte e na arquitectura gótica. O estilo da sua corte espalhou-se pela Europa pela compra de obras dos mestres parisienses e pelo casamento das filhas e outros membros da casa real com estrangeiros, introduzindo assim os modelos parisienses no exterior. A Sainte-Chapelle de Paris, a capela real, seria também copiada por alguns dos seus descendentes. E é muito provável que tenha ordenado a produção da Bíblia Morgan, uma obra-prima da iluminura medieval. 

A reputação de santidade e de justiça do soberano estava já estabelecida durante a sua vida, pelo que era regularmente escolhido como árbitro das desavenças entre os grandes do velho continente. O prestígio e o respeito na Europa por Luís IX seria mais devido a estas qualidades que pelo poderio militar. Para os seus contemporâneos, foi considerado o melhor exemplo de um príncipe cristão, primus inter pares (o primeiro entre iguais). A 4 de Dezembro 1259, em Paris, assinou o tratado de Albeville com Henrique III de Inglaterra, acabando assim a primeira fase da Guerra dos Cem Anos entre os dois países. 

Um decreto de 1263 assegurou finanças fortes. Luís instalou uma comissão financeira encarregada do controlo das contas reais, reforçando a estrutura criada em 1190 pelo seu avô Filipe Augusto, um esboço da Corte das Contas, futuro parlamento da França. O prevoste de Paris, Etienne Boileau, organizou e codificou em 1268 os ofícios da capital (redacção do Livro dos Ofícios). 
Oitava cruzada e morte 

A morte de São Luís (ilustração de Alphonse Marie de Neuville, 1883) 

Devido aos ataques continuados aos estados cruzados do Levante, São Luís decidiu lançar uma Oitava Cruzada, para a qual se apresentaram os seus filhos e Eduardo I da Inglaterra, além de numerosos príncipes e senhores. Partiram em direção a Túnis a 4 de Julho de 1270. Mais uma vez no mar, outra grande tempestade dispersou as embarcações e impediu muitas outras de partir. 

São Luís esperava converter o sultão de Túnis ao cristianismo para, aliados, atacarem o sultão do Egipto. No entanto, depois da rápida conquista de Cartago pelos cruzados, este não permitiu sequer o desembarque da armada europeia. Iniciou-se um confronto, com os franceses assediando vários pontos nevrálgicos dos inimigos e a própria capital. Como esta resistisse, decidiram dominá-la cortando os víveres. 

Mas as doenças da cidade atingiram também o exército francês. Luís IX viu morrer seu filho João Tristão, nascido durante o seu cativeiro no Egipto, e pouco depois morreria ele mesmo, a 25 de Agosto de 1270, precisamente 22 anos após a sua partida para a Sétima Cruzada. Tradicionalmente tem sido aceite que fora vitimado pela peste bubónica, mas estudos recentes indicam a sua morte por disenteria. 

Reliquiário de São Luís (final do século XIII) no museu da basílica de São Domingos em Bolonha, Itália 

O corpo de Luís IX foi colocado sobre um leito de cinzas, em sinal de humildade, e os braços em cruz, à imagem de Jesus Cristo. Este falecimento marcaria o fim da cruzada, a que se seguiriam mais mortes na família real. Isabel de Aragão, esposa de Filipe III de França, morreria na Sicília durante a viagem de regresso à França. Afonso III de Poitiers e a sua esposa Joana de Toulouse morreriam no intervalo de três dias, na Itália. 

O cadáver do rei foi levado para França pelo seu filho e sucessor Filipe, com excepção das entranhas: algumas destas foram enterradas na actual Tunísia, onde ainda é possível hoje em dia visitar um túmulo de São Luís; outras foram destinadas à abadia de Monreale, na Sicília, a pedido do seu irmão Carlos I da Sicília. 

O resto do seu corpo, depois de uma estadia na basílica de São Domingos em Bolonha e de uma paragem em Lião, foi transladado para a necrópole real da abadia de Saint-Denis. O seu túmulo na França era um magnífico monumento de bronze dourado concebido no final do século XIV. Foi fundido durante as guerras francesas de religião, quando o corpo do rei santo desapareceu. Só foi recuperado um dedo, mantido actualmente em Saint-Denis. 

As relíquias conservadas na Sicília foram ainda transportadas para a Tunísia para a consagração da catedral São Luís de Cartago no final do século XIX e, por fim, aquando da independência deste país, devolvidas à França, onde foram depositadas na Sainte-Chapelle. 
Legado 
 Posteridade 

Placa tumular representando o cavaleiro Guy de Meyos ajoelhado perante São Luís. Esmalte em relevo sobre cobre dourado, Limoges, França, 1307 

O culto deste santo foi juridicamente examinado e aprovado pelo papa Bonifácio VIII, que o canonizou em 1297 com o nome de São Luís da França. 

São Luís foi frequentemente considerado o modelo do monarca cristão ideal. Devido à aura de santidade ligada à memória de Luís IX, muitos mais reis da França se chamaria Luís, especialmente na dinastia de Bourbon (Luís XIII a Luís XVIII). 

Diversas instituições e locais por todo o mundo receberam o nome de São Luís ou Saint-Louis, frequentemente devido ao período do império colonial francês, como por exemplo: 
A Ordem Real e Militar de São Luís (l'Ordre Royal et Militaire de Saint-Louis), ordem de cavalaria fundada em 5 de Abril de 1696 por Luís XIV de França, a Missão de São Luís Rei da França (Mission San Luis Rey de Francia), fundada em Oceanside (Califórnia, EUA) em 13 de Junho de 1798, e em 1842 também a Congregação das Irmãs de São Luís, uma ordem religiosa católica. 
As cidades de São Luís do Maranhão no Brasil, Saint Louis no Missouri, EUA, Saint-Louis do Senegal, Saint-Louis na Alsácia, França. 
Diversos edifícios de culto religioso católico: capelas, igrejas, basílicas e catedrais. 

Ironicamente, na tradição da tunisina Luís não teria morrido em 1270. Ter-se-ia apaixonado por uma princesa berber, convertido ao Islão sob o nome de Abou Said ibn Khalef ibn Yahia Ettamini el Beji, sendo Sidi Bou Said a forma reduzida que deu origem à cidade costeira deste país com o mesmo nome. Ao morrer, no final do século XIII, teria sido enterrado como um santo islâmico em Djebel-Marsa[8]. 
Interpretação política do reinado 

 Estátua de Luís IX de França em Aigues-Mortes, por James Pradier, século XIX 

No entanto, vários historiadores e analistas têm uma outra interpretação da vida de São Luís. O arquitecto Eugène Viollet-le-Duc por exemplo, avançou a hipótese de que o rei fora um astuto político que soube se servir habilidosamente da religião para consolidar o seu poder e aumentar o poder do seu reino. 

Na época de Luís IX, os grandes senhores feudais faziam uma concorrência feroz ao poder dos reis da França. Estavam constantemente em conflito e por vezes conspiravam contra a própria pessoa do rei. 

São Luís soube, ao se mostrar como um santo, usar a fé a a ambição dos seus barões para os incitar a participar nas duas cruzadas. Poucos dos grandes senhores que nelas participaram voltaram à França, e Luís pôde, sem grande oposição, tomar as suas possessões. Os que sobreviveram ficaram arruinados pela expedição, e por isso mais dependentes do monarca para a sua segurança, logo mais dóceis. 

As medidas contra os pecados, a perseguição dos judeus e as constuções de edifícios religiosos demonstram talvez um fervor religioso, mas também um refinado espírito político. Ao ganhar os favores da Igreja, também ganhava o favor dos súbditos mais pios do seu tempo. Conseguia assim um melhor controlo sobre o reino, e uma maior legitimidade. 

A modernização da administração do estado e o reforço que deu à justiça real seriam as últimas conquistas por que lutou, a fim de aumentar os seus poderes e os dos seus descendentes no trono dos capetianos. A sua Corte das Contas foi o instrumento fundamental desta construção política. 

Assim São Luís conseguiu firmar os alicerces do que começava finalmente a ser o estado nação da França, unido sob um rei de direito divino. E conseguiu-o por uma subtil política, muito mais eficaz do que conflitos com os seus vassalos e tentativas de os subjugar pela força. 
 Descendência 

Do seu casamento a 27 de Maio de 1234 com Margarida da Provença, teve os seguintes filhos: 

 Miniatura da coroação de Filipe III de França, sucessor de São Luís no trono francês (Grandes Chroniques de France, séculos XIV-XV) 
Branca (4 de Dezembro de 1240 - 29 de Abril de 1243) 
Isabel (2 de Março de 1242 - 27 de Abril de 1271), casada em 1258 com Teobaldo II, rei de Navarra 
Luís (21 de setembro de 1243 ou 24 de Fevereiro de 1244 - 13 de Janeiro de 1260) 
Filipe III de França (1 de Maio de 1245 - 5 de Outubro de 1285), seu sucessor no trono francês 
João (1246 - 10 de Março de 1248) 
João Tristão ou João de Damieta (8 de Abril de 1250 - 3 de Agosto de 1270), conde de Valois, casado em 1266 com Iolanda da Borgonha, condessa de Nevers 
Pedro (1251 - 6 de Abril de 1284), conde de Alençon e de Perche, casado em 1272 com Joana de Châtillon, condessa de Blois e Chartres 
Branca (1252 ou 1253 - 17 de Junho de 1320), casada em 1269 com Fernando de La Cerda príncipe herdeiro do reino de Castela 
Margarida da França (1254 ou 1255 - Julho de 1271), casada em 1271 com João I, duque de Brabante 
Roberto de França, conde de Clermont (1256 – 7 de Fevereiro de 1317), casado em 1279 com Beatriz de Borgonha, herdeira de Bourbon, ancestral de Henrique IV de França 
Inês (1260 - 19 de Dezembro de 1325), casada em 1279 com o duque Roberto II da Borgonha 

O segundo dos seus filhos varões, Filipe III de França, foi o seu sucessor no trono, cujos descendentes directos foram reis até Henrique III de França. A descendência do varão mais jovem de São Luís, Roberto de Bourbon, subiu ao trono francês durante nove gerações.




 São José de Calasanz 

A última comunhão de São José de Calasanz, de Goya

José de Calasanz (Peralta de la Sal, Huesca, 1557 — Roma, 25 de agosto de 1648) foi um religioso canonizado pela Igreja Católica e fundador da primeira escola pública cristã e dos Padres Escolápios. Estudou nas universídades de Lérida, Valência e Alcalá de Henares, onde se doutorou. 
São José Calasanz nasceu no ano de 1557, em Peralta de la Sal, diocese de Urgel, em Aragão, Espanha. Ordenou-se sacerdote em 1583, e depois de ordenado trabalhou por algum tempo na diocése de Lérida e de La Seu d'Urgell; em 1592 foi para Roma onde abriu as primeiras escolas de crianças pobres e abandonadas. Logo outro sacerdotes se lhe juntaram e assim nasceu a Ordem dos Clérigos Regulares Pobres das Escolas Pías, que se estenderam rapidamente pela Itália, Espanha e Alemanha. A estes sacerdotes se lhes deu o nome de Padres Escolápios. 
Por toda a vida dedicou-se à educação da juventude. São José de Calasanz é considerado um dos precursores da pedagogia moderna. 
Anos depois de sua morte foi aberto o processo de beatificação e posteriormente subiu aos altares como São José de Calasanz. Sua festa é celebrada em 25 de agosto e seu patrocínio sobre a educação católica em 27 de novembro. 
Várias ordens religiosas seguem o seu carisma e espiritualidade, entre elas as escolápias e a calasancias.

DIA 24/08 É DIA DE "SÃO BARTOLOMEU"OU SÃO NATANAEL,APÓSTOLO"

São Bartolomeu 

São Natanael Apóstolo
São Bartolomeu em detalhe do Juizo Final de Michelangelo, altar da Capela Sistina 
Apóstolo e Mártir
Morte 24 de agosto de 51 d.C 
Veneração por Toda Cristandade
Festa litúrgica 24 de Agosto
Atribuições padroeiro dos padeiros, alfaiates, sapateiros e dos mercadores de Florença. 
"Falou-lhe Natanael: Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel."
(São João 1,49) 

São Bartolomeu Apóstolo foi um dos apóstolos de Jesus Cristo. 

Seu nome vem do aramaico, com uma referência patronímica: Bar Talmay - filho de Talmay. Há historiadores que também mantêm uma referência patronímica, mas dá outro significado para o nome: Bar Ptolomeu - Filho de Ptolomeu. Esta última hipótese não é inverossímil, visto que Ptolomeu (suposto pai de Bartolomeu) possuía um prenome grego, e a cultura grega tinha uma grande influência na Judéia da época. 

Nenhuma narração bíblica lhe enfoca especialmente e seu nome consta apenas nas listas dos doze. No entanto, segundo a tradição, ele é o Natanael de que falam outras passagens, e isso fica evidente através da comparação entre os quatro Evangelhos. Natanael significa "Deus deu" - o significado desse nome fica claro levando-se em conta que ele vinha de Caná, onde deve ter testemunhado a ação de Jesus nas Bodas de Caná (Jo 2, 1-11). 

Como narra a Bíblia, São Filipe comunicou a Natanael (São Bartolomeu) que havia encontrado o Messias, e que esse provinha de Nazaré, ao que Natanael responde dura e preconceituosamente: "De Nazaré pode vir alguma coisa boa?" (Jo 1, 46a). Essa observação é importante indicador das expectativas judaicais quanto à vinda do Messias, então tidas. 

No seu primeiro encontro com Jesus, recebe um elogio: "Aqui está um verdadeiro Israelita, em quem não há fingimento" (Jo 1, 47), ao qual o apóstolo responde: "Como me conheces?". Jesus responde de forma que não podemos compreender claramente somente através das Escrituras: "Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas sob a figueira". Com certeza se tratava de um momento crítico e decisivo na vida de Natanael. Após essa revelação de Jesus, Natanael faz a sua adesão ao Mestre com a seguinte profissão de fé: "Rabi, tu és o filho de Deus, tu és o Rei de Israel". 

Segundo fontes históricas, São Bartolomeu teria pregado o cristianismo até na Índia. Outra tradição diz que o apóstolo morreu por esfolamento em Albanópolis, atual Derbent, na província russa de Daguestão junto ao Cáucaso, a mando do governador, tanto que na Capela Sistina ele é pintado segurando a própria pele na mão esquerda e na outra o instrumento de seu suplício, um alfange. Segundo a Igreja Católica, mais tarde suas relíquias foram levadas para a Europa e jazem em Roma, na Igreja a ele dedicada. 

O Santo Padre o Papa, na audiência do dia 4 de outubro de 2006, disse estas palavras que concluem o ensinamento da vida de São Bartolomeu: "Para concluir, podemos dizer que a figura de São Bartolomeu, mesmo sendo escassas as informações acerca dele, permanece contudo diante de nós para nos dizer que a adesão a Jesus pode ser vivida e testemunhada também sem cumprir obras sensacionais. Extraordinário é e permanece o próprio Jesus, ao qual cada um de nós está chamado a consagrar a própria vida e a própria morte".

DIA 23/08 É DIA DE "SANTA ROSA DE LIMA"

Rosa de Lima 

Santa Rosa 
Santa Rosa de Lima segurando o Menino Jesus. 
Irmã Dominicana e Virgem 
Nascimento 30 de abril de 1586 em Lima, Peru
Morte 24 de agosto de 1617 em Lima
Veneração por Igreja Católica
Comunhão Anglicana
Beatificação 15 de abril de 1668 por: Papa Clemente IX
Canonização 2 de abril de 1671 por: Papa Clemente X
Principal templo Convento de Santo Domingo, Lima 
Festa litúrgica 23 de agosto
Atribuições Rosas, Menino Jesus
Padroeira Peru
Filipinas
Venta de Baños
Baños de Montemayor
Polícia Nacional do Peru
Santa Rosa de Lima (Lima, 30 de abril de 1586 - id., 24 de agosto de 1617), foi uma mística da Ordem Terceira Dominicana canonizada pelo Papa Clemente X em 1671. 
É a primeira santa da América e padroeira do Peru e da América. Nascida em Quives, província de Lima no ano de 1586, era descendente de conquistadores espanhóis. Seu nome de batismo era Isabel Flores y Oliva, mas a extraordinária beleza da criança motivou a mudança do nome de Isabel para Rosa, ao que ela acrescentou o de Santa Maria. Seus pais eram Gaspar de Flores, espanhol arcabuz do Vice-Rei e Maria Oliva, limenha. Era a terceira dos onze filhos do casal. 
Seus pais antes ricos tornaram-se pobres devido ao insucesso numa empresa de mineração e ela cresceu na pobreza, trabalhando na terra e na costura até altas horas da noite para ajudar no sustento da família. Cultivava as rosas de seus próprio jardim e as vendia no mercado e por isso é tida como patrona das floristas. Diz-se que tangia graciosa a viola e a harpa e tinha voz doce e melodiosa. Além de muito bela, Rosa era tida como a moça mais virtuosa e prendada de Lima. 
Foi pretendida pelos jovens mais ricos e distintos de Lima e arredores, mas a todos rejeitou, por amar a Cristo como esposo. Em idade de casar, fez o voto de castidade e tomou o hábito da Ordem Terceira Dominicana, após lutar contra o desejo contrário dos pais. Construiu uma cela estreita e pobre no fundo do quintal da casa dos pais e começou a ter vida religiosa, penitenciando seu corpo com jejuns e cilícios dolorosos e conta-se que utilizava muitas vezes um aro de prata guarnecido com fincos, semelhante a uma coroa de espinhos. Foi extremamente bondosa e caridosa para com todos, especialmente para com os índios e negros, aos quais prestava os serviços mais humildes em caso de doença. 
Segundo os relatos de seus biógrafos e dos amigos que a acompanharam, dentre eles seu confessor Frei Juan de Lorenzana, por sua piedade e devoção Santa Rosa recebeu de Deus o dom dos milagres. Era constantemente visitada pela Virgem Maria e pelo Menino Jesus, que quis repousar certa vez entre seus braços e a coroou com uma grinalda de rosas, que se tornou seus símbolo. Também é afirmado que tinha constantemente junto a si seu Anjo da Guarda, com quem conversava. Ainda em vida lhe foram atribuídos muitos favores; milagres de curas, conversões, propiciação das chuvas e até mesmo o impedimento da invasão de Lima pelos piratas holandeses em 1615. 
Apesar de agraciada com experiências místicas fora do comum, nunca lhe faltou a cruz, a fim de que compartilhasse dos sofrimentos do Divino Mestre: sofrimentos provindos de duras incompreensões e perseguições e, nos últimos anos de vida, de sofrimentos físicos, agudas dores devidas à prolongada doença que a levou à morte em 24 de agosto de 1617, aos 31 anos de idade. Suas últimas palavras foram " Jesus está comigo!" Seu sepultamento foi apoteótico e pranteado por todo o Vice Reino do Peru e seu túmulo tornou-se palco de milagres, bem como também os lugares onde viveu e trabalhou pela causa da Igreja. Foi a primeira santa canonizada da América e proclamada padroeira da América Latina. Conta-se que o Papa Clemente relutava em elevá-la aos altares, mas foi convencido após presenciar uma milagrosa chuva de pétalas de rosa que caiu sobre ele, vinda do céu e que atribuiu a Santa Rosa de Lima. 
Dela disse o Cardeal Ratzinger: De certa forma, essa mulher é uma personificação da Igreja da América Latina: imersa em sofrimentos, desprovida de meios materiais e de um poder significativos, mas tomada pelo íntimo ardor causado pela proximidade de Jesus Cristo. (Homilia no Santuário de Santa Rosa de Lima, Peru, em 19 de julho de 1986). No Brasil, alguns municipios, como Nova Santa Rosa, no Paraná, a adotam como Padroeira.