domingo, 4 de setembro de 2011

DIA 01/09 É DIA DE "SANTA BEATRIZ DA SILVA"

Beatriz da Silva 

Santa Beatriz da Silva 
Retrato de Santa Beatriz da Silva do século XVII
Nascimento 1424 em Campo Maior, Portugal
Morte 9 de Agosto de 1492 em Toledo, Espanha
Veneração por Campo Maior (Portugal) e Espanha
Beatificação 28 de Julho de 1926 por: Papa Pio XI
Canonização 3 de Outubro de 1976 por: Papa Paulo VI
Festa litúrgica 1 de Setembro

Santa Beatriz da Silva (Campo Maior, 1424 – Toledo, 9 de Agosto de 1492), nobre portuguesa e santa católica. 
Beatriz era a oitava filha de Rui Gomes da Silva, alcaide da vila fronteiriça de Campo Maior, e de Isabel de Menezes, filha de D. Pedro de Menezes, conde de Vila Real; assim, por via materna, descendia não só dessa casa senhorial, como também das dos condes de Ourém e Barcelos, linhagens antiquíssimas que tinham em D. Sancho I de Portugal o seu remoto antepassado. 
D. Pedro de Menezes teria dado a mão da sua filha Isabel ao cavaleiro Rui Gomes da Silva, após este participar com bravura na tomada de Ceuta, tendo aí permanecido a cumprir o serviço militar. Há quem defenda, por isso, que a jovem Beatriz possa ter nascido naquela praça-forte magrebina e não no Alentejo como é dito por muitos. 
Descendente de reis e neta de senhor tão influente, foi desde cedo foi preparada para a vida na Corte, tornando-se dama da infanta D. Isabel, Rainha de Castela e Leão, filha do infante D. João, o penúltimo dos filhos do Rei D. João I de Portugal, a qual era quatro anos mais nova que Beatriz. 
Ao que parece, Beatriz da Silva seria uma jovem de grande beleza, conforme testemunha um relato da época: «além de vir de sangue real, era mui graciosa donzela e excedia a todas em formosura e gentileza». 
Em 1447, contava a infanta D. Isabel dezanove anos, o seu tio Pedro, Duque de Coimbra, regente do reino, promoveu os seus esponsais com João II de Castela, que então se achava viúvo. Uma vez rainha, Isabel, ambiciosa, começou por afastar a influência do todo-poderoso condestável de Castela, D. Álvaro de Luna, e não tardou a criar intrigas na corte, algumas das quais envolvendo a jovem Beatriz, cuja beleza não passara despercebida. Embora fosse ama e confidente da rainha, tal não impediu que Isabel se enciumasse daquela, maquinando contra a sua própria vida. 
Assim, segundo reza a lenda, teria fechado Beatriz num estreito baú, onde eventualmente a falta de oxigénio acabaria por ceifar lhe a vida. Durante três dias andou desaparecida, até que o seu tio, D. João de Menezes, que também se achava na corte, estranhando a sua ausência, teria questionado a rainha sobre o paradeiro da sobrinha, tendo esta conduzido-o ao baú onde a encarcerara, certa de encontrar já um cadáver. 
Túmulo de Santa Beatriz da Silva em Toledo, Espanha
Para seu grande espanto, Beatriz tinha sobrevivido – segundo se diz, por haver invocado a Virgem Maria, tendo esta aparecido-lhe e comunicado que a salvaria, se esta fundasse uma ordem religiosa que celebrasse o mistério da Imaculada Conceição. 
Beatriz acabou por perdoar à rainha, que se arrependera, e retirou-se da Corte, ingressando num mosteiro em Toledo. Aí viveu monasticamente, sem contudo tomar as ordens sacras, preparando-se a ela mesma, e a um pequeno grupo de outras monjas, para ingressar na nova ordem que planeava fundar. 
Não foi fácil criar a Ordem, mas com o apoio da rainha Isabel, a Católica, filha da rainha portuguesa D. Isabel, conseguiu enfim estabelecer a Ordem da Imaculada Conceição, trajando de azul e branco (as cores de Nossa Senhora da Conceição), destinado unicamente à contemplação. A bula Inter Universa, que autorizava a constituição das Concepcionistas, foi expedida enfim pelo Papa Inocêncio VIII em 1489. 
 Representação da aparição de Nossa Senhora a Santa Beatriz da Silva. 
Beatriz faleceu em Toledo três anos mais tarde. Cedo ganhou fama de santa, sendo cultuada pelo povo mesmo antes ainda de a Santa Sé a santificar. De facto, a Igreja Católica só a elevou aos altares já no século XX, quando o Papa Pio XI, em 28 de Julho de 1926, lhe reconhece o título de beata e aprova enfim o culto que já lhe era devido, desde há muito, pelos leigos. Por fim, em 3 de Outubro de 1976, o Papa Paulo VI canonizou-a, declarando-a santa. É celebrada no dia 1 de Setembro[1], sendo particularmente reverenciada em Campo Maior e Espanha, onde instituiu a sua obra e faleceu; só aí se situam mais de 90 conventos da Ordem, que conta com cerca de 120 casas monásticas espalhadas pela Europa e América Latina.

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